quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Jeferson Cesar Silva de Oliveira  (Foto: Jeferson Cesar/ Arquivo Pessoal) 
Jeferson acordava às 5h para ajudar o pai a tirar leite da vaca (Foto: Jeferson Cesar/ Arquivo Pessoal)

Um jovem de 20 anos conciliou os estudos com o trabalho no campo e conseguiu ser aprovado em medicina. Todos os dias, Jeferson César Silva de Oliveira ajudava os pais a tirar o leite da vaca e nos trabalhos na roça. Além disso, cursava licenciatura em física em um instituto federal.
Ele mora no Sítio Lage do Carrapicho, zona rural de Alagoinha, Agreste pernambucano, e conquistou o terceiro lugar no curso da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), na Paraíba, pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

Não tive nenhum professor para me ajudar. Apenas pegava um tema na internet e treinava uma redação por semana"Jeferson Silva de Oliveira, que tirou 920 na redação do Enem.
 
O jovem é o primeiro da família a cursar o ensino superior – os pais só estudaram até a terceira série do ensino fundamental.

Jeferson disse que sempre teve vontade de cursar medicina, mas não tentou uma vaga antes por causa da seca que atingiu a região com mais intensidade em 2012. "Minha família não tinha condições financeiras para me manter em outra cidade."

Por isso, ele cursou licenciatura em física no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) durante três anos em Pesqueira, município vizinho.

A licenciatura não era o que jovem queria, mas era a mais conveniente na época. O jovem ganhava bolsas no antigo curso que, segundo ele, "ajudavam bastante" para alcançar o sonho de estudar para a profissão desejada.
Jeferson Cesar conciliou estudos com trabalho no campo em PE e passou em medicina (Foto: Jeferson Cesar/ Arquivo Pessoal)Sozinho, jovem respondeu a mais de 6 mil questões de exames anteriores (Foto: Jeferson Cesar/ Arquivo Pessoal)
 
"Sempre que podia juntava um pouco do dinheiro para poder me manter pelo menos no início do curso de medicina em alguma cidade. Então, em 2015, quando percebi que nós estávamos nos reestruturando após a seca, decidi arriscar", relatou.

A inspiração para fazer medicina vem da realidade do lugar onde vive com os pais e a irmã de 10 anos. "Moro em uma cidade pequena, e todos nós sabemos a dificuldade para ter médicos para atender a população. Pensando no futuro, [escolhi medicina para] poder contribuir para o benefício das pessoas", contou.

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