Litro da gasolina chega a R$ 10 na PB; MPPB abre inquérito para investigar escassez...
A instabilidade no
abastecimento de postos de combustíveis na Paraíba tem feito com que a
gasolina seja comercializada a preços exorbitantes no estado, como no
Sertão, onde o litro produto é vendido por até R$ 10 por terceiros.
O Ministério Público da
Paraíba re reuniu da manhã desta terça-feira (5), com órgãos de defesa
do consumidor e com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de
Petróleo da Paraíba (Sindipetro-PB), em João Pessoa, para tratar sobre o
problema do desabastecimento, e abriu um inquérito civil administrativo
para apurar por que está faltando combustível nos postos do estado.
Na cidade de Itaporanga
(Sertão paraibano, a 420 km de João Pessoa), os valores cobrados pelo
litro do combustível passam de R$ 7.
Internautas relatam que
chegaram a pagar R$ 10. O superfaturamento é feito pelos próprios
moradores da região, que ao encontrar um posto abastecido compram grande
quantidade visando revender o produto.
Ao Portal Correio, o
proprietário de um posto de combustíveis da região, Marcus Antônio
Bernardino, disse que o preço cobrado no estabelecimento é R$ 3,90.
Porém, desde domingo não há mais gasolina disponível para venda no
local.
“Recebemos 10 mil litros
no domingo e em menos de dez horas já tínhamos vendido tudo. Vou enviar
caminhões para Suape e Guamaré, no Rio Grande do Norte, para ver se
consigo trazer combustível. Ouvi relatos de gente que está revendendo
gasolina por até R$ 7,50. Isso acontece tanto na cidade quanto na zona
rural”, disse o empresário.
Na Capital
Nas redes sociais,
internautas contam que estão com dificuldade de encontrar gasolina
também em postos de João Pessoa e região metropolitana. "O problema em
João Pessoa não é ter dinheiro para colocar gasolina, é encontrar
combustível nos postos. Passei por cinco hoje e nada!", escreveu um
usuário na rede social Facebook. "Aqui em Alhandra tá com um precinho
camarada, R$ 3,81", ironizou outro internauta.
Preços altos
O Portal Correio também
fez contato com estabelecimentos das cidades de Patos, Campina Grande e
Guarabira. Gestores dos postos informaram que não verificaram problemas
no abastecimento desde a última semana de 2015, quando houve atraso na
entrega de combustível no Porto de Cabedelo.
Mesmo com estoque, os
preços cobrados nos postos continuam altos, devido à intensa procura,
variando entre R$ 3,67 e R$ 3,81 nos estabelecimentos consultados.
Contradição
A Companhia Docas diz
que não entende a falta de combustíveis em postos do estado e garante
que o Porto de Cabedelo, na Grande João Pessoa, recebeu produto
suficiente. Mesmo assim, o MPPB decidiu nesta terça (5) abrir um
inquérito civil administrativo para investigar a falta dos derivados de
petróleo nos postos.
A vice-presidente da
Companhia Docas da Paraíba, Gilmara Timóteo, espera que, se houver
alguma irregularidade, que a apuração do MPPB identifique as causas.
Segundo ela, haverá uma
nova reunião nos próximos dias com Procon e Ministério Público para
continuar as discussões sobre o assunto.
Gilmara falou que não há
falta de combustível nos 26 tanques instalados no porto, com capacidade
de 64 mil toneladas de combustíveis. “O problema está na distribuição,
dos tanques para os postos de combustíveis”, disse ela, explicando que
quatro distribuidoras são arrendatárias dos tanques do Proto de
Cabedelo.
Ela também informou que o
último navio que atracou em Cabedelo foi no dia 29 de dezembro, com dez
mil toneladas de gasolina e quatro mil toneladas de óleo dísel. Um novo
navio deverá chegar nesta quinta-feira (7), com 13 mil toneladas de
combustíveis.
Apuração
O diretor-geral do
MP-Procon, promotor de Justiça Francisco Glauberto Bezerra avisou:
“Vamos apurar e alcançar os culpados, pois sonegar combustível para a
população é crime. Também vamos verificar se está havendo improbidade
administrativa e viabilizar a cobrança de multa por danos morais e
coletivos à população paraibana”.
Bezerra também anunciou
que todas as 16 distribuidoras de combustíveis instaladas na Paraíba
serão ouvidas até esta sexta-feira (8). “O desabastecimento afeta a
economia do estado, afeta a saúde da população, a segurança de
alimentos, a segurança humana, a segurança cidadã”, completou Glauberto
Bezerra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário