No encontro para discutir preservação ambiental, novas denúncias de crime contra a natureza no Vale
Encontro entre orgãos ambientais e produtores ruais reuniu centenas de pessoas de todo o Vale em Itaporanga
Foi uma reunião tumultuada e de tempo limitado: nem todos puderam expressar, com abrangência e profundidade, seus desabafos e dúvidas, mas, pelo menos, foi um passo inicial para se instituir, na região, um debate permanente e esclarecedor sobre meio ambiente, especialmente voltado ao produtor rural.
Nos últimos meses, dezenas de agricultores regionais, especialmente de Itaporanga, sofreram multas por infração ambiental por desconhecer a legislação. “O governo nunca se preocupou em orientar a gente, e agora está punindo o homem do campo, que a única coisa que está fazendo hoje é o que sempre fez, desde os seus pais e avós, que é produzir para a sociedade comer”, desabafa um agricultor durante contato com a reportagem da Folha (www.folhadovali.com.br).
Ele foi um dos mais de 150 produtores rurais presentes ao encontro (foto), que ocorreu no Itaporanga Esporte Clube na manha dessa sábado, 30: uma iniciativa da AESA (Agência Executiva de Gestão de Águas do Estado da Paraíba).
O objetivo foi esclarecer e conscientizar o agropecuarista regional sobre o que ele pode e não pode fazer em sua terra, especialmente no que se refere ao desmatamento: as chamadas brocas (derrubada e queima da mata) são um dos crimes ambientais mais frenquentes no Vale, segundo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), cujo superintendente estadual, Ronilson Paz, foi um dos palestrantes e prometeu rever as multas aplicadas contra produtores da região, especialmente os presentes ao encontro.
Pelo código florestal em vigor, o produtor pode desmatar sua propriedade, mas precisa de licença ambiental para isso e também é obrigado preservar 20% da área. Mas conseguir permissão é difícil, demorado e custoso. Basta dizer que a Sudema (Superintendência de Administração do Meio Ambiente) e o próprio IBABA, órgãos responsáveis pelo licenciamento, estão sediados em João Pessoa. E nunca o governo se preocupou em regionalizar essas instituições para facilitar a vida do agricultor, conforme queixas surgidas durante o debate.
Diante de tanta burocracia e ônus, muitos arriscam-se a desmatar sem licença, e o resultado chega com fiscais ambientais armados e nem sempre educados, mas a mais danosa arma que carregam é uma multa que pode ultrapassar o valor da própria terra, o que foi discutido no curso da reunião.
Este ano, as fiscalizações e multas intensificaram-se e, conforme o superintendente do IBAMA, isso está ocorrendo porque o órgão passou a dispor de um fiscal infalível: são imagens de satélites que localizam e denunciam o desmatamento.
Novas denúncias
Mais do que os produtores rurais, é o próprio poder público que está cometendo danos contra o meio ambiente: os lixões municipais, por exemplo, estão espalhados por todo o Vale, degradando a água, o ar e a vegetação. Um desses lixões é o Santo Antônio, que recebe os detritos e entulhos produzidos pela zona urbana de Itaporanga.
Recentemente, alguns proprietários da área fecharam suas cercas e não permitiram que a Prefeitura fizesse novos depósitos no local. Com isso, segundo denúncia do vereador Francisco Saulo, o poder público de Itaporanga resolveu abrir um novo lixão, desta fez no sítio Riachão, a quatro quilômetros da cidade, o que vai prejudicar, conforme o denunciante, vasta área vegetal, além de açudes e águas subterrâneas. O presidente do IBAMA prometeu investigar o caso nesta primeira semana de maio e, comprovando o fato, punir o prefeito.
Existe um projeto para construção de um aterro sanitário para receber o lixo de Itaporanga: a obra está projetada para o sítio Pau Brasil, mas, até agora, não foi concluída.
Outras denúncias surgidas durante o encontro mostraram a problemática do canal Xique-Xique, o maior esgoto a céu aberto do Vale e que também acarreta grandes prejuízos ambientais a Itaporanga, e a poluição do rio Piancó, que recebe esgotos de grande parte das cidades regionais. “O rio Piancó está morrendo”, bradou Ernaninho Diniz, assessor ambiental da EMATER.
Nos últimos meses, dezenas de agricultores regionais, especialmente de Itaporanga, sofreram multas por infração ambiental por desconhecer a legislação. “O governo nunca se preocupou em orientar a gente, e agora está punindo o homem do campo, que a única coisa que está fazendo hoje é o que sempre fez, desde os seus pais e avós, que é produzir para a sociedade comer”, desabafa um agricultor durante contato com a reportagem da Folha (www.folhadovali.com.br).
Ele foi um dos mais de 150 produtores rurais presentes ao encontro (foto), que ocorreu no Itaporanga Esporte Clube na manha dessa sábado, 30: uma iniciativa da AESA (Agência Executiva de Gestão de Águas do Estado da Paraíba).
O objetivo foi esclarecer e conscientizar o agropecuarista regional sobre o que ele pode e não pode fazer em sua terra, especialmente no que se refere ao desmatamento: as chamadas brocas (derrubada e queima da mata) são um dos crimes ambientais mais frenquentes no Vale, segundo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), cujo superintendente estadual, Ronilson Paz, foi um dos palestrantes e prometeu rever as multas aplicadas contra produtores da região, especialmente os presentes ao encontro.
Pelo código florestal em vigor, o produtor pode desmatar sua propriedade, mas precisa de licença ambiental para isso e também é obrigado preservar 20% da área. Mas conseguir permissão é difícil, demorado e custoso. Basta dizer que a Sudema (Superintendência de Administração do Meio Ambiente) e o próprio IBABA, órgãos responsáveis pelo licenciamento, estão sediados em João Pessoa. E nunca o governo se preocupou em regionalizar essas instituições para facilitar a vida do agricultor, conforme queixas surgidas durante o debate.
Diante de tanta burocracia e ônus, muitos arriscam-se a desmatar sem licença, e o resultado chega com fiscais ambientais armados e nem sempre educados, mas a mais danosa arma que carregam é uma multa que pode ultrapassar o valor da própria terra, o que foi discutido no curso da reunião.
Este ano, as fiscalizações e multas intensificaram-se e, conforme o superintendente do IBAMA, isso está ocorrendo porque o órgão passou a dispor de um fiscal infalível: são imagens de satélites que localizam e denunciam o desmatamento.
Novas denúncias
Mais do que os produtores rurais, é o próprio poder público que está cometendo danos contra o meio ambiente: os lixões municipais, por exemplo, estão espalhados por todo o Vale, degradando a água, o ar e a vegetação. Um desses lixões é o Santo Antônio, que recebe os detritos e entulhos produzidos pela zona urbana de Itaporanga.
Recentemente, alguns proprietários da área fecharam suas cercas e não permitiram que a Prefeitura fizesse novos depósitos no local. Com isso, segundo denúncia do vereador Francisco Saulo, o poder público de Itaporanga resolveu abrir um novo lixão, desta fez no sítio Riachão, a quatro quilômetros da cidade, o que vai prejudicar, conforme o denunciante, vasta área vegetal, além de açudes e águas subterrâneas. O presidente do IBAMA prometeu investigar o caso nesta primeira semana de maio e, comprovando o fato, punir o prefeito.
Existe um projeto para construção de um aterro sanitário para receber o lixo de Itaporanga: a obra está projetada para o sítio Pau Brasil, mas, até agora, não foi concluída.
Outras denúncias surgidas durante o encontro mostraram a problemática do canal Xique-Xique, o maior esgoto a céu aberto do Vale e que também acarreta grandes prejuízos ambientais a Itaporanga, e a poluição do rio Piancó, que recebe esgotos de grande parte das cidades regionais. “O rio Piancó está morrendo”, bradou Ernaninho Diniz, assessor ambiental da EMATER.
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