segunda-feira, 23 de maio de 2011

23/05/2011 - 12h33

Em Santana dos Garrotes pré-canditatos a Prefeitos e Vereadores já trabalham nos bastidores


Pré-candidatos a vereador e a prefeito já trabalham nos bastidores em cada um dos 20 municípios do Vale para disputar o pleito municipal de 2012. Em Santana dos Garrotes muitos, inclusive, já estão até em campanha. Aliás, nesta região, o palanque eleitoral nunca é desmontando: é terminando uma eleição e começando outra. E os palanques estão nas ruas e dentro dos gabinetes e órgãos públicos.

Ainda não é possível prever se o projeto de reforma política que está sendo desenhado no Congresso Nacional terá efeito no próximo ano: deputados e senadores discutem questões como o fim ou não da reeleição; voto distrital; unificação das eleições municipais, estaduais e federais; financiamento público de campanha; e outros temas polêmicos e que, por esta natureza, dificilmente serão consensuados em um ou dois anos. Mas pelo menos uma coisa é certa: a lei da Ficha Limpa estreiará em 2012.

No entanto, a Ficha Limpa alcançará poucos políticos regionais porque são poucos os que têm condenação em segunda instância e não é por falta de demanda: o problema é que os processos demoram tanto para chegar e receber despacho nos tribunais que quando os veredictos saem, os réus já têm morrido de velhice ou deixado a vida política. E mesmo quando há uma decisão condenatória, não há punição de fato ao sentenciado: há nesta região políticos com processos condenatórios transitado em julgado no Supremo Tribunal Federal e que nunca foram punidos. Muitos deles vivem a ridicularizar a Justiça nas mesas dos bares onde devoram parte do dinheiro público que arrecadam pela corrupção: “Justiça é coisa pra pobre, sendo o pobre réu”, dizem. E o pior: não estão mentindo.

Com uma Ficha Limpa não tão limpa, a única porta que pode barrar algumas candidaturas no próximo ano são contas rejeitadas, mas isso também é relativo. Para ter feito de inelegibilidade, a rejeição contável decidida pelo Tribunal de Contas do Estado ou da União precisa ser referenciada pela Câmara Municipal, mas, geralmente, os vereadores votam favorável aos políticos não importando o tamanho do estrago que os gestores ou ex-gestores promoveram na coisa pública.

Mas além da má intenção, há outro agravante em muitos dos que vão disputar eleição ou reeleição em 2012: o despreparo. Existe muita gente dentro de Câmaras e Prefeituras e outros tantos querendo entrar sem condições intelectuais mínimas para assumir uma função pública. Este são ou serão gestores incompetentes e/ou figuras manobradas ou manobráveis e nem sempre para o caminho do bem coletivo.

E por essas e outras razões é importante, desde já, as pessoas com um mínimo de consciência e independência começarem a refletir sobre os problemas de sua cidade, de seu bairro, de sua rua: pensar no coletivo, pensar na sociedade como um todo para, daqui a pouco, fazer uma boa escolha e influenciar outros cidadãos a trilhar o mesmo caminho.

E fala-se em independência como passo inicial para um bom voto porque há muitos que são ricos financeiramente, mas não têm consciência de cidadania: vivem parasitando as tetas do poder. Não trocam voto por um par de chinelos, mas se vendem por um emprego, por um cargo, pela locação de um imóvel ou de um carro ao poder público, por uma mesada ou mensalidade qualquer e outras inúmeras benesses. Uma conduta eticamente mais reprovável do que a atitude dos pobres que votam por um frasco de remédio ou por uma feira. É mais reprovável porque os necessitados estão buscando a sobrevivência por não ter outra solução de vida e, neste quesito, podem ser perdoados, e nunca o são, nem pela lei nem pela língua da elite; enquanto os avarentos galgam o enriquecimento fácil e ilícito motivados pela ganância e o egoísmo. Para estes, não deveria haver perdão, mas, lamentavelmente, são os mais perdoados, inocentados e babados porque são denominados como a própria elite.

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